Publicado em 26 agosto de 2020 às 21:31

Destacando campanha de agosto, em homenagem ao Mês Psi 2020, o presidente Renan Vieira de Santana Rocha (CRP-03/11280) e a vice-presidenta Iara Maria Alves da Cruz Martins (CRP-03/10210) do Conselho Regional de Psicologia da Bahia falam sobre exercício profissional.
1 – É sabido que Código de Ética Profissional é essencial em sua totalidade à atuação da/o psicóloga/o. No entanto, nem todas/os conseguem compreender “para quê um código” e “para quê a ética”. Pode explicar a importância do Código de Ética Profissional da/o Psicóloga/o enquanto potencial produtivo da Psicologia?
Renan Vieira de Santana Rocha (CRP-03/11280): O nosso Código de Ética Profissional da/o Psicóloga/o (Res. CFP Nº 10/2005) é um documento que deve ser compreendido como mais do que um compêndio de regras. Ele deve ser tomado como um horizonte de práticas, alinhadas coletivamente, que se baseiam na Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) e que nos dão lastro para defender uma Psicologia ético-politicamente comprometida com a sociedade e com os dramas sociais de nosso tempo. Assim, o nosso Código assume a função de nos recordar, diuturnamente, que a Psicologia se faz com as pessoas, com a Ética e com os Direitos Humanos, fazendo da nossa profissão um instrumento de promoção de saúde e bem-estar, mas também de problematização da desigualdade social que nos ataca a todas e todos, frente ao projeto societário brasileiro. Deve, assim, ser fonte, também, de inspiração às nossas práticas e saberes, em termos de uma absoluta implicação com o mundo.
2 – Nesse sentido, qual é o lugar da ética na formação da/o psicóloga/o?
Iara Maria Alves da Cruz Martins (CRP-03/10210): As Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em Psicologia preconizam que, além do desenvolvimento de competências e habilidades, esse curso deve capacitar o aluno para atuar dentro dos padrões da Ética e Bioética (MATTOS & SHIMIZU, 2008). Ainda, como meta central, devem ensinar à/ao formanda/o o “respeito à ética nas relações com clientes e usuárias/os, com colegas, com o público e na produção e divulgação de pesquisas, trabalhos e informações da área da Psicologia” (BRASIL, Conselho Nacional de Educação & Câmara de Educação Superior, 2004, p. 1).
Sendo assim a ética deve ser um dos eixos norteadores da formação, nesse sentido, a graduação em Psicologia constitui um momento privilegiado de construção de sujeitos éticos. Percebe-se “a preocupação da Psicologia em exercer práticas não excludentes e não discriminatórias”.
3 – Como o CRP-03 tem atuado para potencializar o exercício ético e a prática das Psicologias enquanto instrumento de promoção dos direitos humanos e fortalecimento das políticas públicas?
Renan Vieira de Santana Rocha (CRP-03/11280): O nosso CRP da Bahia tem, dentre suas pautas prioritárias, as questões concernentes aos Direitos Humanos e às Políticas Públicas já há bastante tempo. Ao nível de nossa Comissão de Direitos Humanos (CDH), já vamos há cerca de quinze anos produzindo eventos, referências e ações públicas em defesa de pautas importantes, como gênero, sexualidade, raça, etnia, capacidade, infância e juventude, entre outros. Com o nosso Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP) não é diferente: são anos de produções que embasam a nossa atuação com rigor, seriedade, técnica e ética, sendo a nossa equipe a maior dentre os Conselhos Regionais de Psicologia de nosso país. São algumas provas de nosso compromisso com a sociedade e com a nossa profissão, qualificando o exercício profissional a partir dos espaços em que mais adentramos desde da década de 1990 até os dias atuais – embora, reconheçamos, ainda há muito por fazer, e convidamos sempre a categoria a pensar, junto conosco, nessas possibilidades mil.
4 – Este ano, a autarquia realiza, no Mês Psi 2020, a campanha que traz o seguinte tema central: Pelo exercício ético da profissão: atuação das/os psicólogas/os nos territórios baianos. Enquanto, vice-presidenta CRP-03, qual mensagem vocês gostaria de deixar para categoria, considerando a importância da Psicologia diante do contexto pandêmico que estamos vivenciando?
Iara Maria Alves da Cruz Martins (CRP-03/10210): Neste momento, o CRP-03, parabeniza todas/os profissionais e estudantes de Psicologia, pela luta diária na Defesa dos direitos humanos. Destacando a importância da atuação profissional ser balizada na promoção dos Direitos Humanos seguindo, portanto, os princípios do Código de Ética da/o Psicóloga/o, compreendendo a importância de garantir o compromisso social da psicologia, com profissionais éticos, comprometidos e preparados para atuar em direitos humanos nos diversos campos da Psicologia.
Em tempos de pandemia, a Psicologia se mostra cada vez mais importante em contextos clínicos, de assistência social e de políticas públicas. São muitas as funções que a/o psicóloga/o desenvolve que são essenciais em tempos de COVID-19. Os profissionais de Psicologia possuem um papel fundamental na humanização dos processos técnicos de atendimento frente a uma pandemia. Além de possuírem bagagem necessária para o treinamento nas instituições de saúde pública com o foco não apenas técnico, mas humano. Promover um atendimento humanizado é essencial tanto para pacientes quanto para os profissionais da saúde. Por isso, o papel da psicologia se mostra tão importante em tempos como esses.
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