Publicado em 26 fevereiro de 2016 às 20:34
“Trajetórias de vida: psicologia e relações raciais” foi tema da atividade que aconteceu na noite da última quinta-feira, 25 de fevereiro, na Sede do CRP-03. A roda de conversa promovida pelo Grupo de Trabalho de Psicologia e Relações Raciais (GTPRR) fez parte dos eventos preparatórios para o 9º Congresso Nacional da Psicologia (CNP). O psicólogo Lúcio Magano e a graduanda em Psicologia, Jamille Khouri foram as/os convidados para falar sobre o tema.
A estudante em formação, Jamille Khouri apresentou dados relacionados à sua pesquisa sobre relações raciais na educação e explicou o processo usado para mapear o perfil de estudantes de Psicologia em uma universidade particular. “Aplicamos um questionário com perguntas sobre a presença do debate das relações raciais no curso de Psicologia. Também levamos em conta de que forma esse tema apareceu na formação desta/e estudante, tanto no ensino fundamental e médio, quanto no ensino superior”, pontuou a convidada. Segundo a graduanda, para entender a relação entre subjetividade, educação e relações raciais foi necessário compreender o espaço em questão: “Estamos inseridas/os em um contexto marcado pela educação eurocêntrica, escravidão e racismo. Além disso, existe também o mito da democracia racial, mecanismo de exclusão utilizado pelo próprio estado que negou a educação para a população negra durante muitos anos”, disse Jamille.
De acordo com a palestrante, a pesquisa mostrou que a maioria das/os entrevistadas/os discutiu a temática das relações raciais, mas indicou que esse debate não foi totalmente satisfatório. O resultado do questionário também apontou que as escolas públicas discutem mais sobre o assunto do que as instituições particulares, mas foi observada uma melhora em relação à presença destes debates nas instituições de ensino. Formas de expressão do racismo na escola, políticas educacionais e programas de inclusão, ausência de estudantes negra/os em escolas particulares também foram pontos lembrados pela estudante.
O psicólogo, Lúcio Magano contou um pouco sobre a sua formação em Psicologia, vida profissional, participação em uma das gestões do Conselho e situações de racismo. “Quando somos bem mais jovens e passamos por um episódio de racismo, inevitavelmente escutamos que isso não existe e deve ser esquecido. Depois que me formei e já estava trabalhando percebi que eu não poderia continuar esquecendo e deveria fazer algo diferente”, falou Lúcio. O ex-conselheiro também lembrou como a participação das ações do Conselho impactou na sua formação profissional: “fui integrante do GTPRR e produzimos a primeira versão do Guia de Referências em Psicologia e Relações Raciais, documento que reúne diversas indicações de materiais com a temática das relações raciais”.
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