Um compromisso de todes/as/os

Publicado em 29 janeiro de 2023 às 12:55

Janeiro é o Mês da Visibilidade Trans e Travesti e 29 de janeiro foi instituído como Dia Nacional da Visibilidade Trans. Este marco não é por acaso. Dados divulgados pelo Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDH) nesta quinta-feira (26) apontam que o Brasil é, pelo 14° ano consecutivo, o país com o maior registro de mortes de pessoas trans e travestis no mundo. Em 2022, 131 pessoas trans e travestis foram assassinadas no Brasil. Por isso, o Conselho Regional de Psicologia da Bahia (CRP-03) lembra a importância de toda a categoria e a sociedade civil discutirem sobre essa realidade, mas também de buscar condições de ruptura dessa ordem de múltiplas violências.

Nesta semana, o CRP-03 promoveu o I Seminário da Visibilidade Trans e Travesti, através de uma iniciativa da Comissão de Mulheres e Relações de Gênero (COMREG), que reuniu conselheiras/os, psicólogas/os, pesquisadoras/res e representantes de instituições da sociedade civil. A autarquia pauta a temática pela transversalidade de discursos e práticas da COMREG com outras comissões, sobretudo de Direitos Humanos (CDH) e de Psicologia e Relações Raciais (COMPRR), já que a transfobia se estrutura por diversas ramificações discriminatórias, e estes espaços de representações serem estratégicos para articular ações conjuntas de mobilização para transformações sociais e culturais.

A data, inclusive, foi instituída desde 2004, a partir da campanha “Travesti e Respeito”, organizada pelo Ministério da Saúde – que, na gestão do presidente Luís Inácio Lula da Silva, integrava a pauta ao Programa Nacional de DST/Aids. Este fato sinaliza não apenas que o princípio de integralidade do Sistema Único de Saúde (SUS) deve garantir a saúde de pessoas trans e travestis a partir de especificidades desta pasta, mas que a representação destas/es cidadãs/ãos precisa ser também uma prioridade de proteção social defendida por diferentes governos, através de políticas públicas, independente de orientações político-partidárias. E o CRP-03 reforça este compromisso.