Publicado em 28 outubro de 2015 às 19:24

No mês em que o país está envolvido na campanha “Outubro Rosa”, que atua na orientação e incentivo à prevenção do câncer de mama, o Conselho Regional de Psicologia da Bahia (CRP-03) alerta que o machismo ainda é um dos problemas que afeta o combate a essa espécie de câncer. A afirmação é da psicóloga Verena Souto, do CRP-03. O câncer de mama é o segundo com maior incidência no país.
Segundo a psicóloga, que atua no Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas, do CRP-03, o autoexame dos seios não é realizado por muitas mulheres por interferência do machismo. “O problema é que uma sociedade machista e violentadora, interfere fortemente na percepção da mulher sobre seu próprio corpo e na relação que ela estabelece com ele. Muitas vezes a ação de se tocar ou realizar exames em um consultório médico é vista pelas próprias mulheres como vergonha ou ato imoral”, explica Verena.
Na tentativa de combater a questão, Souto faz referência ao papel do psicólogo, principalmente, quando se pensa na construção de políticas públicas relacionadas ao tema. “É necessário que os psicólogos auxiliem na produção de espaços que possibilitem a reflexão da mulher sobre o cuidado da própria saúde, de sentidos acerca da sua identidade feminina, da percepção do próprio corpo e como questões sociais podem ultrapassar a própria existência de cada mulher”, ressalta.
Para Verena, as estratégias de prevenção e promoção da saúde da mulher devem ser desenvolvidas no nível mais próximo do contexto cultural e social. Portanto, as ações devem ter foco não só na usuária de modo individual, mas também em suas famílias e na população de modo geral.
Prevenção na Bahia
Sobre as políticas públicas de prevenção ao câncer de mama, a psicóloga do CRP-03 afirma que, apesar das ações produzidas nesse campo, o serviço ainda deixa a desejar. “Devido a extensão territorial da Bahia e os cerca de 2.500 casos de câncer no seio, em 2014, no Estado, é necessário melhorar o acesso das mulheres à rede de atenção primária à saúde. Além disso, é fundamental qualificar as equipes de saúde para pensarem as especificidades da saúde da mulher, sobretudo, no contexto machista e adoecedor em que, ainda, se encontra a sociedade”, conclui Verena.
Câncer de mama no Brasil
Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) mostram que o câncer de mama no Brasil é o segundo em incidência, o que corresponde a cerca de 25% dos casos todos os anos. Fica atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Mais comum no sexo feminino, esse tipo de câncer também pode afetar os homens. Em 2013, o número de mortes chegou a 14.388 brasileiros, sendo 14.207 mulheres e 181 homens.
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