Publicado em 25 julho de 2020 às 10:45

Marco internacional da luta e da resistência da mulher negra, a data é fruto do 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, realizado na República Dominicana, em 1992. Durante o evento foi criada a Rede de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-Caribenhas que lutou pelo reconhecimento deste dia. Por conta disso, o mês também é conhecido como Julho das Pretas. No Brasil, a lei de 2014, sancionada por Dilma Rousseff, legitimou este como o dia de Tereza de Benguela (líder quilombola do século XVIII) e da Mulher Negra no Brasil. Tereza de Benguela foi uma líder quilombola símbolo de luta e resistência contra a escravidão, que viveu na década de XVIII, no estado do Mato Grosso.
Em um cenário em que as mulheres negras ocupam posições bastante vulneráveis no que diz respeito ao feminicídio, mercado de trabalho, condições salariais, violência obstétrica, mortalidade materna e tantos outros fatores que apontam situações vivenciadas exclusivamente por ser uma mulher negra, é fundamental que as Psicologias estejam movimento pelo bem viver das mulheres negras, principalmente pela saúde mental. Sabemos que saúde se faz com direito de fala, representatividade e ampla atuação das pessoas envolvidas. Portanto, é importante lembrar também que a atuação da psicóloga/o no enfrentamento ao racismo e na promoção da igualdade pelo combate ao racismo epistêmico reincidente nos processos formativos. É preciso questionar: quantas teóricas negras e africanas estão nos cursos de Psicologia?
Como pontuou a psicóloga Vanessa Pita Sousa (Wafina Kuti) – (CRP-03/4772) na live de ontem (24/07), “a defesa dos direitos de mulheres pretas deve ser uma conversa sobre nós, por nós e para todas nós. Essa é força que nos ergue! Devemos isso às que nos antecederam, às que estão e às que virão”.
Por fim, para reiterar a importância das lutas das mulheres negras para libertação de todos os mecanismos de opressão, resgatamos a frase da antropóloga e ativista negra brasileira Lélia Gonzalez: “Ao reivindicar nossa diferença enquanto mulheres negras, enquanto amefricanas, sabemos bem o quanto trazemos em nós as marcas da exploração econômica e da subordinação racial e sexual. Por isso mesmo, trazemos conosco a marca da libertação de todos e todas. Portanto, nosso lema deve ser: organização já”.
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