Publicado em 02 março de 2017 às 19:51
A realidade da educação no país vem passando por sucateamentos paralelos a processos de privatização. Neste bojo, percebe-se a expansão de oferta dos cursos com modalidade de Ensino à Distância (EAD), incluindo as categorias profissionais da saúde. Os conselhos profissionais de saúde da Bahia, Enfermagem, Farmácia, Fonoaudiologia, Odontologia, Nutrição, Psicologia, Biomedicina e Medicina Veterinária, em consonância com o Conselho Nacional de Saúde, se posicionam contra a graduação na modalidade predominantemente EAD.
Entendemos que a formação em saúde requer contato presencial, paradigma norteador da humanização que estrutura o Sistema Único de Saúde (SUS). A relação interpessoal e grupal das (os) estudantes, profissionais em formação, é condição sine qua non para uma atuação profissional eficiente, crítica e humana. O ensino à distância caminha em sentido contrário ao projeto de humanização da educação, promove o distanciamento, tendo como conseqüência o enfraquecimento do diálogo entre os profissionais, e destes com a comunidade. Produz uma formação sem um diálogo com a realidade local, sem o exercício da atuação multidisciplinar e interdisciplinar que converge com interação inter-grupal, que o ambiente virtual não proporciona.
Nesse sentido, a proposta de ensino de graduação predominantemente a distância na área da saúde desconsidera o contexto contemporâneo que atravessa as instituições de ensino de modo geral. As metodologias ativas, o REUNI e a reforma curricular são concretizações de iniciativas propostas pela UNESCO e pelo Processo de Bolonha que orientam os países signatários a reestruturar suas instituições e respectivas modalidades de ensino para uma aprendizagem universal, integral e humana.
Esta bandeira dos profissionais de saúde pelo ensino presencial busca a manutenção da qualidade e a preservação da instituição científica enquanto um interventor para a melhoria social. Sem contar que a proposta de ensino predominantemente EAD na graduação fere o SUS de maneira inconteste, pois arruína o paradigma de humanização que atravessa as práticas em saúde. Ademais, provoca precarização das categorias profissionais de saúde, que impactarão na qualidade do serviço prestado à sociedade com profissionais sem habilidades práticas.
Por fim, na condição de Autarquias Fiscais, que tem como objetivo proteger a sociedade dos males causados por profissionais vem por meio dessa carta conjunta se posicionar contra os cursos de graduação em saúde nas modalidades de ensino predominantemente à distância.
Conselho Regional de Farmácia do Estado da Bahia – CRF-BA
Conselho Regional de Psicologia do Estado da Bahia – CRP-BA
Conselho Regional de Odontologia da Bahia – CROBA
Conselho Regional de Enfermagem da Bahia – Coren-BA
Conselho Regional de Biomedicina 2ª Região – CRBM 2ª Região
Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado da Bahia – CRMV-BA
Conselho Regional de Fonoaudiologia 4ª Região – CREFONO 4ª Região
Conselho Regional de Nutricionistas 5ª Região – CRN 5ª Região
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