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GT de Psicologia, Sexualidades e Identidades de Gênero realiza atividade no CRP-03

Publicado em 19 dezembro de 2015 às 14:00

GT de Psicologia, Sexualidades e Identidades de Gênero realiza atividade no CRP-03

Identidades de gênero e sexualidades foram pontos de discussão na noite do dia 17 de dezembro.  Organizada pelo Grupo de Trabalho Psicologia, Sexualidades e Identidades de Gênero (GTPSIG), a atividade fez parte dos eventos preparatórios para o 9º Congresso Nacional da Psicologia (CNP). O psicólogo clínico e mestre em Cultura e Sociedade, Gilmaro Nogueira; a ativista social e membro da Associação de Travestis e Transexuais de Salvador (Atração), Ariane Senna; e membros do GTPSIG conduziram as falas. O evento foi dedicado à Brenda Lee, ativista trans que foi encontrada morta dentro da casa em que morava.

O encontro contou com um pronunciamento do Grupo de Trabalho Relações de Gênero e Psicologia (GTRGP), a partir de carta escrita pela coordenadora, Helena Miranda. O texto falou da importância do evento e do compromisso do CRP-03 com as questões de sexualidade e identidade de gênero.  As/os participantes também puderam debater a nota técnica que diz respeito ao posicionamento do CR sobre a produção de relatórios psicológicos em casos de alteração/adequação de nome no registro civil de travestis e transexuais.

Gilmaro Nogueira falou a respeito da transexualidade como objeto de estudo e que boa parte desses trabalhos produzidos são conseqüências de simples curiosidades. “Algumas perguntas são feitas como se a pessoa fosse de outro planeta e que nós tivéssemos que nos debruçar sobre a vida desse sujeito. Isso desumaniza muito”, disse Gilmaro. O psicólogo ainda ressaltou que é necessário pensar esse sujeito, não como objeto de estudos, mas sim, como objeto de saber e questionador das práticas. Ainda segundo o convidado, a realização de discussões sobre esses temas são poucas no campo da Psicologia: “Não é possível falar de subjetividade sem falar de sexualidade. A sexualidade tem se tornado uma especialização da Psicologia e não é. Todos devem discutir a respeito desse assunto”, pontuou. Além disso, o profissional fez questão de trazer para o debate que todas/os as pessoas possuem identidade de gênero. “Entendemos a identidade de gênero como o gênero no qual a pessoa se identifica em ser homem ou mulher, ou de não ser homem e não ser mulher. Foi criada uma ideia equivocada de que só as trans têm identidade de gênero, mas todas/os nós temos”, explicou.

A ativista social Ariane Senna trouxe para o seminário as dificuldades enfrentadas por ela em acessar os serviços do processo transexualizador no SUS e as barreiras colocadas pelos profissionais para a realização deste procedimento. Ariane, que também é estudante de Psicologia, contou um pouco sobre a sua trajetória de vida e também frisou que já foi vítima de agressão física por conta de preconceito. Durante o encontro, a estudante pontuou algumas questões sobre cidadania, violência e o uso do nome social: “É muito difícil viver em uma sociedade que não te aceita”, destacou. O receio do retrocesso dos poucos direitos já conquistados foi lembrado por Ariane. “Hoje o STF ainda está discutindo a questão do uso do banheiro conforme a identidade de gênero”, comentou a ativista.

Uma das integrantes do GTPSIG, Amanda Almeida, fez questionamentos a respeito da idade mínima para o processo transexualizador no SUS, que é estabelecida em 18 anos. A psicóloga trouxe para as discussões a atuação das/os profissionais de Psicologia na atenção básica. A convidada também ressaltou as dificuldades das ações no campo LGBT por outros fatores que vão de encontro às políticas de fortalecimento da saúde no município. Outro tema destacado pelo GT durante a atividade foi a atuação dos discursos jurídicos, nas formas de encaminhamento da categoria de como proceder na legitimação das identidades trans.

Para o estudante de Psicologia, Carlos Franco, o seminário tem relevância para a categoria por tratar de uma temática pouco lembrada durante a formação. “O evento representa uma quebra de paradigmas e nos faz pensar em uma nova forma de fazer a Psicologia. É necessário haver respeito dentro da diferença e da singularidade”, comentou.

GTPSIG

O GT está entre os Grupos de Trabalho que compõem a Comissão de Direitos Humanos do CRP-03. O GTPSIG surgiu da necessidade de debater as questões de orientação sexual e identidade de gênero baseadas na Resolução CFP Nº 01/1999, que estabelece normas de atuação para psicólogas/os em relação à questão de orientação sexual.

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