Publicado em 23 setembro de 2022 às 16:27
Numa perspectiva interdisciplinar e interinstitucional, profissionais da Psicologia, da Educação e do Direito discutiram sobre gênero, em evento on line realizado na noite desta quinta-feira (22) pela subsede Sertão/Recôncavo do Conselho Regional de Psicologia da Bahia (CRP-03) em parceria com o Grupo de Trabalho Psicologia, Sexualidade e Identidade de Gênero de Feira de Santana (GTPSI-FSA), vinculado a esta entidade, e do Grupo de Pesquisa, História, Educação e Gênero (GEPHEG) da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs). O encontro foi realizado em duas mesas e transmitido pelo canal do CRP-03 no YouTube, com hiperlink no Instagram.
A primeira mesa do evento contou com a apresentação da bacharel em Direito e Pós-graduada em Advocacia Extrajudicial e em Direito Civil e Processo Civil, Adriana Martins, que fez uma análise sobre os marcos legais e a garantia dos direitos na intersecção de Gênero e Educação. Para ela, o Brasil ainda não tem uma legislação que contemple as mudanças culturais e sociais em relação ao tema. “Nós podemos perceber que, apesar da discussão sobre a inclusão desse tema ser bastante antiga nos planos educacionais, nós ainda enfrentamos barreiras no conservadorismo”, avaliou.
Mestre em Ciências da Educação e especialista em Ensino da História e da Geografia e em Docência do Ensino Superior, o professor Juracy Rodrigues expôs sobre as contribuições da Psicologia Crítica escolar e educacional para se refletir e agir de forma integrada entre questões individuais e coletivas a partir da formação de “um sujeito pleno, desse/a cidadão/ã solidária/o, crítica/o e conhecedora/r do mundo em que vive”. “A Educação não muda o mundo; a Educação muda as pessoas e as pessoas mudam o mundo, já dizia Paulo Freire”, lembrou o professor.
Ao falar sobre “os problemas de gênero no chão das escolas: as normas de gêneros nos processos de educação”, o conselheiro Anderson Fontes, que é Doutor em Psicologia Social e Mestre em Estudos de Gênero e Feminismo, apontou os vários desafios a serem enfrentados a partir da construção de gêneros que temos na sociedade, predominante machista e heteronormativa, sobretudo pela noção de infância ainda conservadora na formação dos sujeitos que vem atravessando séculos até os dias atuais, segundo ele.
Na mesa seguinte foi mediada pela Psicóloga e coordenadora do Grupo de Trabalho Psicologia e Política para Mulheres (GTPPM) do CRP-03, Priscylla Oliveira (CRP 03/24325), quando a também Psicóloga, Pedagoga e atual presidenta do CRP-03, Iara Martins (CRP-03/10210), que também integra o GTPPM, discorreu sobre “o andamento da regulamentação da lei 13.935/19 nas cidades baianas, e suas implicações para uma atuação profissional pautada na garantia dos Direitos Humanos”, abordando consequências do patriarcado e perspectivas de emancipação das mulheres.
Nessa linha, a pesquisadora GEPHEG e professora da Uefs, Márcia Schlapp explanou sobre o que ela chama de “universidade tardia”, especificamente pelo “ingresso de mulheres acima dos 40 anos de idade matriculadas em curso superior”, trazendo depoimentos em estudo qualitativo realizado para conhecer os desafios, mas também potências de mudanças da nossa realidade tendo como referência o protagonismo de mulheres que têm feito exitosas trajetórias na academia científica e na Educação.
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