CRP-03 manifesta reconhecimento à psicóloga Alessandra Santos de Almeida (CRP-03/3642)

Publicado em 24 maio de 2024 às 20:17

O Conselho Regional de Psicologia da Bahia (CRP-03) vem a público demonstrar reconhecimento pelo papel da psicóloga baiana Alessandra Santos de Almeida (CRP-03/3642) para a categoria, ocupando agora o cargo de vice-presidenta do Conselho Federal de Psicologia (CFP).

Alessandra Almeida, desde 2007, participa da gestão deste regional, enquanto conselheira. Ocupou esse cargo no XII Plenário (2007-2010), XIII Plenário (2010-2013) e no XV Plenário (2016-2019). Nesse último ocupou o cargo de conselheira presidenta (entre 2017-2019). Teve passagem também em Comissões importantes como a de Direitos Humanos, Trânsito, Políticas Públicas e intensificou os debates sobre a temática de gênero e relações raciais no cenário baiano também em grupos de trabalho como os de Psicologia e Relações Raciais, e no de Relações de Gênero e Psicologia. Nos contextos das inundações das chuvas em nosso estado, participou ativamente das visitas de fiscalização juntos aos municípios afetados nos contextos de emergências e desastres.

Em 2019, fundou, juntamente com outras colegas feministas, a Comissão de Mulheres e Relações de Gênero (COMREG). Também esteve em diversos grupos de trabalho nestas Comissões sendo uma das fundadoras do Grupo de Trabalho Relações de Gênero e Psicologia (GTRGP) em 2008. Nestes espaços, contribuiu com muitas ações em defesa dos direitos das mulheres tais como eventos, campanhas, marchas e publicações importantes para a categoria, agregando sempre a participação do movimento social de mulheres à luta. Junto com o GTRGP, defendeu a inclusão de importantes debates sobre o uso da escrita gendrada que passou a ser adotada não somente no CRP-03, mas em todo o Sistema Conselhos de Psicologia, além da demarcação de espaços importantes para publicações e feitos das mulheres na Psicologia, nas mídias e ações do CRP-03. Também integrou o CREPOP – Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas.

Alessandra faz parte do grupo de psicólogas/os que fundou o Coletivo Psicologias em Movimento ao qual esta gestão se agrega e, dentro do cenário do Conselho Federal, representa este coletivo. Representou a Bahia no CFP em diversos grupos de trabalho e comissões, pautando a defesa dos direitos das mulheres, da população negra, LGBTQIAPN+, o direito à mobilidade urbana, o abortamento seguro e a vida das mulheres e a luta antimanicomial. Foi uma das responsáveis por contribuir na inserção da pauta de cotas para pessoas negras, trans, travestis, quilombolas e indígenas nas eleições das chapas dos Sistemas Conselhos de Psicologia bem como da necessidade da composição destas chapas com um percentual de 50% de mulheres, quando ainda nem se falava neste assunto, através do Grupo de Trabalho Relações de Gênero e Psicologia e nos grupos que participou no CFP. Integrou o Grupo de Trabalho que construiu a Resolução do CFP 08/2020, que orienta a atuação com mulheres em situação de violência de gênero. Esteve como conselheira no CFP na gestão do XVIII Plenário e nesta atual (XIX), agora compondo a Diretoria e contribuindo com a Comissão de Direitos Humanos (CDH) e representações federais de controle social a exemplo do Conselho Nacional de Direitos Humanos.

Com sua forma amorosa, poética, aguerrida e sábia de se relacionar com as pessoas nas suas diversas redes de relações, Alessandra não age diferente nos espaços políticos da Psicologia. A sua militância feminista e antirracista é posta em prática com seu jeito de atuar nas gestões, colaborando para a construção de uma Psicologia mais engajada, reconhecendo as diferentes demandas da população nos diferentes territórios da Bahia – e agora, do país –, e as próprias características sociais que constituem subjetividades plurais. Ela sempre dizia, “acima de tudo, somos Nordeste”, em defesa do reconhecimento da regionalidade no contexto de uma Psicologia que se fez historicamente com base nas características e demandas da população sulista no Brasil.

A presença de Alessandra Almeida no Conselho Federal de Psicologia ocupando a Diretoria representa ganhos na sua trajetória política dentro do Sistema Conselhos de Psicologia, para toda a Bahia e principalmente para as mulheres negras, mães solo, bissexuais, que, como Alessandra, enfrentam os preconceitos que ainda pairam no cotidiano do nosso país fundamentalmente racista, misógino e LGBTfóbico.

A Psicologia tem mudado as representações nos espaços de poder, chegando mais próxima à realidade social das profissionais e da população, o que pode ser visto com a maior presença de psicólogas negras ocupando esses espaços de gestão. Essa presença muda estruturas, como Angela Davis diz: “quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela”. Salientamos que as tecnologias do racismo presentes nos diversos espaços sociais, insistentemente, buscam fragmentar nossa luta contra o racismo, a misoginia e o patriarcado criando dissensões no nosso aquilombamento. Desse modo, ocupar um lugar de poder como este traz implicações que vão desde o questionamento do seu fazer político até o desdobramento em violências diversas, deturpando uma luta que é construída por muitos anos em defesa da nossa diversidade. Vale lembrar que estamos construindo, lado a lado, um Sistema Conselhos plural e diverso e Alessandra inspira que continuemos nos movimentando.

Nesse sentido, reconhecemos a sua relevância para construção de uma Psicologia que afirma e defende que todos os corpos se façam presentes.

GRUPO DE TRABALHO RELAÇÕES DE GÊNERO E PSICOLOGIA – CRP-03;
COMISSÃO DE MULHERES, RELAÇÕES DE GÊNERO E PSICOLOGIA – COMREG/CRP-03;
COMISSÃO PSICOLOGIA E RELAÇÕES RACIAIS – COMPRR/CRP-03
ASSOCIAÇÃO COLETIVO PSICOLOGIAS EM MOVIMENTO;
XVII PLENÁRIO DO CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA DA BAHIA